quarta-feira, dezembro 29, 2010

Dia de futebol

A chegada do verão na quarta-feira passada foi marcada por uma bela pancada de chuva aqui no Rio de Janeiro. Estaria tudo bem, se eu não estivesse de pé, na fila do ônibus do metrô, junto com dezenas de outros passageiros aguardando que o motorista assinasse alguns papéis antes de abrir as portas do coletivo quando as primeiras gotas caíram. A chuva começa a apertar e as pessoas, automaticamente, começam a gritar com o motorista, que se dá conta da barbaridade da situação e abre o acesso para a galera. Infelizmente, boa parte das pessoas ainda necessita vasculhar as suas bolsas ou mochilas em busca do cartão de acesso ao ônibus, desperdiçando minutos preciosos que deixam os últimos da fila se ensopando debaixo daquela tempestade.

Sigo o meu caminho remoendo aquela disposição divina de reservar o horário da pelada semanal para as chuvas no Rio de Janeiro. Já era a terceira semana seguida que aquilo acontecia. Chega a minha parada, desço e fico abrigado debaixo da proteção com uma turma grande de passageiros e pedestres. Sem guarda-chuva, já considerava a possibilidade de parar um táxi e voltar para casa. Não sei se foi o pensamento positivo da galera que já estava na quadra, esperando que os demais jogadores aparecessem para garantir a partida, mas o fato foi que, de repente, um ônibus passa em alta velocidade e molha toda a moçada que, junto comigo, se espremia se protegendo da tempestade.

Sujo com aquele mix de "poeira asfáltica" e água, não tinha alternativa a não ser seguir para o futebol e assim o fiz, pelo menos cheguei mais limpo do que saí daquele ponto de ônibus. Assim, graças a ação solidária daquele motorista anônimo, os companheiros da pelada semanal puderam contar com a minha presença.


sexta-feira, setembro 03, 2010

Está dada a largada!

Com as modificações implementadas pelo Metrô Rio no fim de 2009 fazendo com que a linha 2 circulasse até a estação Botafogo, a quantidade de pessoas que circulam por esta estação em horários de pico aumentou extraordinariamente. Pode não ter sido a melhor solução de engenharia, mas me parece que os usuários dos serviços da linha 2 estão satisfeitos.

Hoje, no final da tarde, estava de pé na plataforma de embarque naquela estação aguardando uma composição quando o trem cujo destino final era a Pavuna chegou. O veículo chega vazio, e centenas de pessoas começam a se aglomerar dos dois lados da plataforma enquanto ele estaciona. Trem parado, passam-se alguns segundos de expectativa e as portas se abrem, todos correm freneticamente em direção aos bancos vazios, disputando os lugares.

Enquanto aguardo do lado de fora, vejo quatro mulheres correndo em direção aos bancos vazios que ficam dispostos em linha, de costas para uma das janelas do vagão. Todas se atiram ao mesmo tempo e, dado o porte físico avantajado de todas elas e a disponibilidade de apenas 3 assentos, uma delas, que havia ficado no meio, é espremida e cuspida pra cima, caindo no colo das outras três tal qual um daqueles experimentos didáticos sobre colisões nas aulas de física no segundo grau.

Um moleque que ficara do lado de fora se agacha e começa a rir. Olha pra trás e me diz:

- Tu viu isso? - e continua a gargalhar com as mãos na barriga.

O clima de sexta-feira, véspera de feriadão, acalma o ânimo das pessoas e as coisas voltam ao normal no vagão. Embarco e seguimos adiante.