terça-feira, março 11, 2003

Assim como Rômulo Paes, estava subindo Bahia quando da janela do ônibus eu vi o pedaço de um cartaz de show. Um FO, enorme. Sei lá por que, cargas d'água, logo pensei "FOO FIGHTERS! ROCK!". Mas, como alegria de pobre dura pouco, o ônibus andou um metro e pude ver CUS.

FOCUS.

A banda holandesa de roque progressivo, que deve ter trocado uma idéia com o famigerado PATO BANTON, toca em Belo Horizonte pela segunda vez em menos de um ano. Sucesso absoluto! Mal posso esperar.
Não me perguntem por que, mas quando eu cheguei no ponto de ônibus eu estava pensando sobre a condição das mulheres no mundo de hoje; sobre como a sociedade machista oprime as mulheres nos níveis mais básicos, etc e tal e coisa... e então eu entrei no ônibus.

Atrás de mim estavam sentadas duas meninas que foram a viagem inteira conversando sobre festa, namoro e outras bobagens, até que uma delas (que tinha namorado, pelo que pude apurar da conversa) estava pedindo à outra que a ajudasse a decidir qual dos caras da sala delas ela devia beijar na tal festa.

A amiga começou a fazer uma lista até chegar em um cara, e então começou a dizer por que é que ela deveria ficar com o tal cara. Ficou falando que ele é bonito, e depois encanou de falar do corpo do cara, e não parava mais de falar sobre o corpo dele. E isso para convencer a amiga, que tem namorado, a beijar o cara.

Só deu vontade de virar pra trás e falar:

- Escuta aqui, onde foi que vocês aprenderam a pensar que nem homem, hein?

Revolução sexual o caralho.

domingo, março 09, 2003

Quinta-feira, oito da noite, véspera de carnaval. Saio do PCA e vejo o famigerado 9502 fazendo a curva na rotatória. Feliz, corro para o ponto, faço sinal e subo. Algumas pessoas estão nos bancos da frente, a parte de trás vazia mas, mesmo assim, decido passar pela roleta. Só percebo a estupidez da manobra ao chegarmos no ponto final. O trocador salta do seu banco e desce, pela porta da frente, junto com os outros passageiros. O motorista desliga o carro, apaga todas as luzes e o palhaço aqui fica lá dentro, no escuro. Pelo menos não tinha sol. Fiquei escutando Buffalo Tom, esperando o tempo passar. Alguém entra e pergunta quando o ônibus sai. Olho na planilha de horários e descubro: 20:35. Maravilha. Começo a acreditar que todos os engenheiros de tráfego da BHTRANS são uns pulhas. Recoloco o fone de ouvido e o vocalista está berrando "SHE'S MY ENEMY". É o que eu penso, na verdade.

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De qualquer maneira, a quinta-feira da semana seguinte trouxe algumas novidades. Contrariando todas as expectativas, os técnicos da bhtrans extinguiram o ponto final em frente à escola de belas-artes e os ônibus voltaram a circular pelo São Francisco em todos os horários. Tudo de volta ao normal.